O mais novo boato espalhado pela internet é de o governador de São Paulo, João Doria, teria aceitado propina da empresa chinesa Sinovac para que a vacina CoronaVac fosse utilizada no Brasil. Segundo a publicação, a prova seria uma matéria do jornal Washington Post, que denunciaria toda a situação e um vídeo do jornalista Alexandre Garcia, lendo uma nota da ANVISA que, supostamente, poderia provar a farsa.
No entanto, a história não é real. Como a publicação cita uma fonte confiável (o jornal Washington Post), o site Boatos.org fez a checagem da fonte. Na verdade, o que aconteceu foi que diversas pessoas começaram a misturar várias narrativas para tentar ligar o governador João Doria à propina da vacina CoronaVac.
A matéria do Washington Post usada para sustentar a estória não fala nada sobre o laboratório Sinovac tentar subornar o governador João Doria. A reportagem, na verdade, fala sobre um caso antigo de suborno envolvendo o CEO e fundador do laboratório Sinovac, Yin Weidong, e um oficial responsável pela regulamentação de vacinas na China, Yin Hongzhang. O caso veio à tona e foi julgado somente em 2016. Na época, o Washington Post relatou que o CEO da Sinovac teria confessado pagar uma quantia de dinheiro entre os anos de 2002 e 2011 ao oficial da agência reguladora da China para acelerar as certificações de diversas vacinas da Sinovac. Após o julgamento, de acordo com o site Business Inquirer, o oficial da agência reguladora foi condenado a 10 anos de prisão. Enquanto isso, o CEO do laboratório foi inocentado.
Se isso não bastasse, lá pelas tantas do texto, o Washington Post cita que, apesar do problema do suborno, o laboratório Sinovac não está envolvido em escândalos relacionados à segurança das vacinas. Além disso, o site também destacou que não existe nenhuma evidência de que as vacinas aprovadas na China apresentassem problemas ou falhas.
Ou seja, a reportagem do Washington Post citada na história, na realidade, fala sobre um caso antigo de suborno envolvendo o laboratório Sinovac e a agência reguladora da China, sem ligação direta comprovada com João Doria ou com a vacina CoronaVac. Mais do que isso, não há evidências de que as vacinas aprovadas com propina apresentassem qualquer problema de ineficácia. Portanto, isso é fake!
Fonte: Boatos.org