Barretos atinge estágio de epidemia e prefeito pede que todos sejam soldados no combate à dengue

O prefeito da Estância Turística de Barretos, Odair Silva, pediu, na tarde desta segunda-feira, 17, que toda a população se una ainda mais no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, neste momento em que o município acaba de atingir o estágio de epidemia de dengue.

“O controle de vetores trabalhou muito neste um mês e meio, com muita dedicação, muito esforço e tivemos também muito êxito no mutirão realizado a partir de 15 de janeiro. Diante disso, somos uma das últimas cidades da região a atingir o nível de epidemia. Mas estamos acendendo também um sinal de alerta para não chegarmos em uma situação pior, como já vem ocorrendo com outras cidades da região. Cada cidadão barretense precisa despertar para o desejo de combater o mosquito. Precisamos que todos sejam soldados e abracem conosco essa causa”, afirmou Odair.

O secretário municipal de Saúde, Kleber Rosa, lembrou a importância de as pessoas verificarem desde um brinquedo de criança que fica no quintal e pode acumular água até a calha de seus imóveis. “Nossas equipes estão avançando no trabalho casa a casa pelos bairros da cidade, mas a cada cinco casas visitadas, em uma nossos agentes não conseguem entrar. Essa casa que fica fora, se ela tem criadouro e a gente não consegue eliminar, os pernilongos vão voar e passar dengue para moradores de outras residências. Então, precisamos da adesão da população, pois 80% dos focos estão nos quintais e residências. Quem não estiver em casa quando o agente passar, precisa chegar no fim do dia e percorrer o imóvel, ver se a chuva da tarde acumulou algo em algum ponto”, destacou.

O secretário lembrou também sobre a necessidade de a população abrir portas e janelas para o inseticida usado na nebulização entrar pelo imóvel e matar os pernilongos. E reforçou que são ações complementares. “A nebulização mata os pernilongos que já estão voando, enquanto o trabalho dos agentes e de cada cidadão para eliminar a água parada serve para impedir que a fêmea do mosquito bote ovos e que novos pernilongos nasçam”.

Kleber explicou que, a partir do decreto de epidemia, a Secretaria Estadual apresenta novas diretrizes para o município. Portanto, a partir de agora com a junção de determinados sintomas, os médicos já podem classificar como um caso de dengue, sem a necessidade de comprovação por exame em laboratório. O secretário pediu para que todos entrem na luta contra o mosquito e destacou que a Secretaria faz atualizações semanais sobre combate à dengue, conforme os novos números da doença. “Por enquanto, os serviços de saúde não estão sobrecarregados, mas o pico da doença deve vir entre abril e junho. Temos planejamento para lidar com esse cenário, mas, para evitar que os números fiquem piores, precisamos que cada morador siga combatendo o mosquito diariamente”, afirmou.

Agentes com uniforme e crachá
O vice-prefeito, Mussa Calil Neto, destacou que os agentes da Prefeitura que fazem o trabalho de controle à dengue utilizam crachá e uniforme. Ele lembrou que, ainda assim, pessoas que tenham dúvidas se é mesmo um agente, podem entrar em contato com o Controle de Vetores, pelo telefone (17) 3612-2465 e (17) 3612-2466. “Se na sua vizinhança tiver um imóvel com criadouro, você também pode informar a Ouvidoria Municipal, pelo telefone (17) 3612-2100, e o imóvel será visitado”, ressaltou.

Os bairros em que os agentes estão trabalhando a cada dia são divulgados nas redes sociais da Prefeitura e por meio do telefone da Ouvidoria, além de ser noticiado em veículos de imprensa da cidade. Mussa observou que neste momento Barretos está registrando dois dos quatro tipos de dengue que existem. Essa situação requer maior preocupação, pois pessoas que já foram contaminadas podem pegar a doença outra vez, se forem contaminadas por tipos diferentes da doença.

Locais que podem acumular água
Cláudia Costa, coordenadora do Controle de Vetores, lembrou que os agentes têm um olhar com mais experiência. “Ao entrar no imóvel, o profissional percebe e aponta para o morador um cano, um ralo sem uso. Locais que acumulam água e a pessoa acaba nem notando”, afirmou.

Ela lembrou que em ralos e vasos sanitários que tenham pouco uso deve ser colocado sal ou água sanitária duas vezes por semana. “Se o vaso sanitário estiver desativado, é importante também cobrir com um saco plástico, pois se estiver só com a tampa comum, o mosquito ainda pode conseguir entrar e botar ovos”, afirmou.

Até esta segunda-feira, 17 de fevereiro, Barretos contabiliza 1.114 casos notificados de dengue. Destes, 351 deram positivo; 491 tiveram resultado negativo e 272 pacientes estão aguardando o resultado do exame. Há 132 notificações de chikungunya. Destas, 7 foram positivas; 74 tiveram resultado negativo e 51 pessoas estão aguardando o resultado do exame. Oito pessoas estão internadas no município com sintomas dessas doenças.