Até quando vamos precisar lembrar ao mundo que vidas negras importam?

Para quem tinha dúvidas, quero crer que a morte por espancamento de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, no estacionamento de uma loja do Supermercado Carrefour, em Porto Alegre, possa responder a pergunta.

Na verdade essa morte nos traz à lembrança a imagem de George Floyd, negro norte americano morto asfixiado covardemente. Pena que NÃO tenhamos ou possamos ter por parte do povo brasileiro a mesma conscientização e ação de repúdio a tal monstruosidade. Afinal, até quando assistiremos passivos e omissos a morte de vidas negras que importam por policiais despreparados, seguranças de supermercados ou por outros agentes de um suposto sistema de segurança que deveria dar segurança, mas, muitas vezes, matam impulsionados pela cor da pele.

Por quanto tempo continuaremos a ver vidas negras sendo castigadas, violentadas ou mortas, principalmente pelas periferias e ruas esquecidas da vida e, por outro lado, destruídas por uma estrutura arcaica e preconceituosa, que lhes nega nas esferas sociais as mesmas oportunidades, alternativas e possibilidades. Por quanto tempo a maioria da sociedade brasileira, que é hipócrita, continuará escondendo seus preconceitos debaixo do tapete?

Por toda a realidade que vive o negro nesse país é evidente que se faz necessário políticas que abracem os negros e pardos (que são maioria no Brasil) para que possam ter igualdade de oportunidades na construção da verdadeira libertação que o Brasil deve há mais de 300 anos ao povo de Zumbi.

Para concluir, é muito triste também que esteja à frente da Fundação Palmares, um negro com o perfil de Sérgio Camargo. Um agente destruidor da cultura e do movimento negro, um ‘pau mandado’ do, infelizmente, presidente Bolsonaro.