A mulher sempre sofreu preconceito quando o assunto é construção civil. Nota-se que é uma profissão desempenhada em sua imensa maioria por homens, apesar de vivermos tempos de modernidade e luta por igualdades. E esta é a realidade da pedreira Rosicleia Leôncio da Silva Machado, que busca ser inserida no mercado de trabalho deste setor, mas não consegue uma oportunidade.
Ela tem 39 anos, é casada, tem filhos e veio da cidade de Salgueiro em Pernambuco. Está há muitos anos no Estado de São Paulo e em Barretos já vive há oito anos. Rosicleia aprendeu o ofício da construção civil com o irmão e deste então gosta deste trabalho. Ela já desempenhou outras funções, como limpeza, mas sua vontade é trabalhar em obras.
Rosicleia também tem cursos de motorista com habilitação A-D e pode dirigir até tratores. Ela não vê empecilho algum em assumir uma profissão desenvolvida em sua maioria pelo sexo masculino. “Podemos desenvolver qualquer profissão e busco realizar meu sonho e trabalhar naquilo que gosto, sendo aceita e respeitada como mulher e profissional”, enfatizou.
O presidente do Sindicato da Construção Civil, Dedie Cocada, admira a coragem da profissional. “Ela não se abateu com os ‘nãos’ que já recebeu e mesmo assim está vindo à público atrás de uma oportunidade”, disse.
Já a engenheira civil e vice-presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Barretos, Cristiane Vilarinho, que atua na área há mais de 20 anos, se orgulha das mulheres conquistarem seu espaço na engenharia. “Gostaria que as mulheres da construção civil também fossem incluídas neste segmento”, ressaltou.
Foto: Valdimar Silva