Iris Paiva é uma educadora de personalidade marcante. Mestre em História, ela não se limita em expor suas opiniões e construir debates a fim de garantir que a democracia seja respeitada e a nação avance. Ela, de fato, reconhece a importância da mulher na sociedade e fomenta isso em seus discursos certeiros e didáticos. É impossível não admirá-la! Venha conosco conhecer um pouco mais dessa mulher que faz a diferença!
INTERLIGADO – Qual é a sua profissão?
IRIS – Professora de história no ensino básico público.
INTERLIGADO – É natural de onde? O que você acha de sua cidade?
IRIS – Sou natural de Mirassol D’Oeste, Mato Grosso. É uma cidade bem pequena, no interior de Mato Grosso. Era bem prazeroso quando eu morava lá.
INTERLIGADO – Conte-nos um pouco sobre sua vida profissional?
IRIS – É impossível não falar da minha vida profissional sem citar o descaso que os professores recebem nesse país. A educação, infelizmente, é desmerecida frequentemente, tanto por pais e responsáveis, quanto pela sociedade como um todo. Profissionalmente, eu estou com saudade de lidar com os alunos no presencial (a cidade que dou aula está remota ainda).
INTERLIGADO – Acredita em signos? Qual é o seu?
IRIS – Não.
INTERLIGADO – Pratica esportes? Qual?
IRIS – Faço boxe com o marido, alí posso bater à vontade (hahaha).
INTERLIGADO – Uma viagem inesquecível? E para a onde será a próxima?
IRIS – Tenho dificuldades de pensar em uma viagem inesquecível, mas normalmente, as melhores são aquelas que conheço locais e estados novos. Como Gramado, no Rio Grande do Sul; Manaus, na Amazônia; Caldas Novas, no Goiás; Pantanal, em Mato Grosso. Ainda não conheci nosso Nordeste e tenho vontade de ir para Inglaterra, também.
INTERLIGADO – Qual é sua lembrança mais marcante?
IRIS – Minha defesa de mestrado.
INTERLIGADO – Redes sociais, você utiliza? O que acha da internet em si? Consegue ficar desconectada do celular?
IRIS – Utilizo sim, porém estou tentando maneirar – sem muito sucesso (hahaha). Para mim é quase impossível ficar longe do celular, precisaria.
INTERLIGADO – O que você assiste na televisão (aberta ou fechada)?
IRIS – Jornais e debates no geral.
INTERLIGADO – Estilo musical preferido?
IRIS – Industrial metal.
INTERLIGADO – Você já fez algo inusitado ou cometeu alguma gafe?
IRIS – Várias, minha vida é cometer gafes. Eu tenho dificuldades de lembrar os rostos das pessoas e de fingir que conheço, com frequência a pessoa pergunta se eu lembro dela e minha resposta imediata é o “não.”
INTERLIGADO – Referência de beleza? Gostaria de citar uma celebridade ou personalidade local?
IRIS – Não conheço nenhuma. Mas, posso citar mulheres fortes que me influenciam de outras formas, como a ex-ministra Marina Silva, a deputada Tabata Amaral, a infectologista Natalia Pasternak, enfim, mulheres que se destacam por serem uma liderança importante e realizarem um trabalho excepcional – mesmo sofrendo ataques machistas com frequência. Local eu acredito que a prefeita Paula Lemos, mesmo com várias discordâncias que eu possa ter, é importantíssima. Sabe-se que em cidades cuja liderança máxima é uma mulher, as meninas na escola tendem a ter um maior interesse pela política e isso, para mim, é importantíssimo.
INTERLIGADO – Quem merece ser lembrado por você nesta entrevista?
IRIS – Meu marido e a toda a família dele que me receberam tão bem em Barretos.
INTERLIGADO – Uma pessoa importante em sua vida?
IRIS – Minha mãe.
INTERLIGADO – E o coração, como está?
IRIS – Moro com meu namorado há três anos.
INTERLIGADO – Fora do trabalho, gosta de fazer o quê?
IRIS – Assistir séries, ler e brincar com meus gatos.
INTERLIGADO – Comidas e bebidas preferidas?
IRIS – Chocolate e café.
Interligado – Não pode faltar no carrinho do supermercado?
IRIS – Chocolate e café (haha).
INTERLIGADO – O que precisa ser mudado no mundo?
IRIS – Maior liberdade e projetos sociais.
INTERLIGADO – O que falta para o Brasil melhorar?
IRIS – Foco na educação, visualizá-la não enquanto gasto, mas investimento. Para isso, é preciso melhorar as estruturas físicas das escolas, aumentar o salário dos professores, fornecer uma educação continuada aos professores de qualidade. Sempre pensando no investimento público. Somado a uma maior liberdade em todos os aspectos, nosso país tem uma tendência ao autoritarismo muito grande – infelizmente.
INTERLIGADO – Qual é a importância da fé em sua vida?
IRIS – Fé religiosa nenhuma.
INTERLIGADO – Qual é sua maior motivação?
IRIS – Os boletos no final do mês e meus gatos (hahaha). Mas, Albert Camus, um filósofo francês, tece sua ideia sobre a vida em “O Mito de Sísifo” que eu acredito ser muito interessante: “Trabalhar e criar ‘para o nada’, esculpir na argila, saber que sua criação não tem futuro, ver essa obra ser destruída em um dia, estando consciente de que, no fundo, isto não tem mais importância que construir para os séculos […] [O criador do absurdo] deve dar suas cores ao vazio.” Acredito que a motivação máxima deve ser a morte, não saberemos se amanhã estaremos aqui e, no final, a maior certeza do universo é ela.
INTERLIGADO – Qual é a maior lição que a pandemia vai deixar em sua vida?
IRIS – Que o brasileiro não entende nada de coletivo e da importância de se cuidar pelo outro.
INTERLIGADO – Já realizou todos os seus sonhos ou falta alguma coisa?
IRIS – Honestamente, tenho poucos sonhos, tenho dificuldade em planejar e acabo focando no presente e indo com a corrente.
INTERLIGADO – Iris por Iris?
IRIS – Mulher que, enquanto professora, tenta formar estudantes para se destacarem da melhor forma que lhe és possível. Tento sempre compreender minhas próprias limitações, mas sei que, às vezes, é impossível. Os anos e anos de terapia que fiz me ajudaram a ter um pouquinho de paz interior em relação a quem sou, aos meus defeitos, e na tentativa de melhorar quando possível.