A Coelhoterapia é um projeto desenvolvido pelo curso de Zootecnia do UNIFEB (Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos) em parceria com a Prefeitura de Barretos, por meio da Secretaria Municipal de Educação, que promove atendimento a crianças com deficiência.
As sessões terapêuticas são realizadas na Brinquedoteca do Centro Universitário, com acompanhamento do curso de Zootecnia e da Secretaria Municipal de Educação, além de suporte do curso de Pedagogia, seguindo todos os protocolos sanitários contra a Covid-19.
De acordo com a professora de Zootecnia, Gabriela Pombo, a Coelhoterapia busca estudar o efeito da participação de coelhos em sessões de terapia com crianças do programa de educação inclusiva. “O projeto começou a ser elaborado quando apresentei para a X Turma da Zootecnia os conceitos de Zooterapia. A matéria era cunicultura, que tem o objetivo de ensinar aos alunos a criação de coelhos para fins pet, e não só para consumo humano da carne”, lembrou.
Gabriela ressalta que o uso da TAA (Terapia Assistida com Animais) é bem difundida mundialmente. Estudos com cavalos e cães para tal finalidade são bem compreendidos no meio acadêmico, no entanto, o uso de outros animais ainda está em análise. “A ideia de avaliar o bem-estar dos animais pós-terapia é pouco discutida. Além disso, desenvolveremos um protocolo de treinamento com esses coelhos para que fiquem aptos para fins terapêuticos, algo inédito na literatura”, disse.
Apesar de já existirem alguns profissionais que já trabalham com este tipo de terapia, no Brasil ainda não se encontra avaliação científica sobre o tema, tornando o projeto pioneiro. “Além do ineditismo do protocolo para treinamento, avaliação do animal e pós-terapia, nosso objetivo é acompanhar as crianças do ensino fundamental, por exemplo, até o final do curso, o que será inédito também”, enfatizou a professora.
Além da segurança dos alunos atendidos, outro aspecto que o projeto preza é com a saúde e bem-estar dos coelhos. “Uma simples queda para um animal do tamanho de um coelho adulto, pode vir a machucá-lo seriamente, assim como alguma reação inesperada de crianças com alto grau de transtornos. O importante é confiar na pedagoga que estará com o assistido, nos informando das possíveis reações da criança, para que possamos tomar todos os cuidados necessários, desde apenas permitir que o aluno observe o animal, até entender quando ele estará preparado para interação”, ponderou.
A professora Gabriela reforça a importância deste projeto não só para a vida dos assistidos, mas também para uma quebra de paradigma em relação aos animais de potencial comercial. “Este é um projeto com o propósito de ajudar crianças e famílias que precisam de auxílio, mas vale ressaltar que a ideia surgiu de uma vontade imensa de manter ou melhorar o bem-estar de animais de estimação, que possuem potencial para fins comerciais. Nós podemos criar animais não apenas para fins de produção e a zootecnia pode e tem o dever de inserir os animais na vida dos seres humanos, para que possamos viver em equilíbrio com tudo aquilo que nos cerca”, finalizou.