A Secretaria Municipal de Saúde realizou treinamento nesta quarta-feira, 8, para mais de 100 profissionais de enfermagem e agentes comunitários de saúde da rede municipal que realizarão busca ativa de pacientes com sintomas de Hanseníase a partir desta quinta-feira, dia 9. Os agentes devem desenvolver esse trabalho dentro da rotina ao longo de todo o ano. Neste mês, entretanto, o combate à Hanseníase ganha atenção especial como parte da Campanha Janeiro Roxo, que busca também prevenir incapacidades físicas, que ocorrem quando não se começa o tratamento rapidamente.
Ao ministrar o treinamento, a médica Natália Martins de Souza, que atende no Ambulatório de Doenças Infectocontagiosas, destacou a importância de os agentes identificarem se o paciente possui algum sintoma da doença e então o encaminharem para avaliação na Unidade Básica de Saúde (UBS). Permanecendo a suspeita, o médico da UBS encaminhará o paciente para o Ambulatório, para confirmar ou descartar o diagnóstico. “O tratamento é gratuito e, sendo feito de forma regular e precoce, diminui a chance de incapacidade do paciente a longo prazo, ou seja, diminui sequelas que o paciente pode ter”, ressaltou.
Dra. Natália e a técnica de enfermagem Deusleny Francisco da Silva, que atende pacientes com Hanseníase há três décadas e também ministrou o treinamento, destacaram que existem uma série de possíveis sintomas e que os locais do corpo em que os sintomas se manifestam variam de um paciente para outro, cabendo aos agentes serem atentos para notarem sinais da doença.
Deusleny ficou entusiasmada com o grande número de multiplicadores que foram treinados nesta terça-feira, lembrando que os profissionais compartilharão as informações com colegas das unidades em que atuam. “Com amor e clareza, dialogando com as famílias nas casas que visitam, os agentes poderão ajudar muitas pessoas, tanto com relação à Hanseníase quanto na prevenção de diversas doenças”, observou.
A agente de Saúde Pública Sueli Aparecida Lopes Pereira, que atua no Derby Clube, e trabalha na Rede há 18 anos, considera que o treinamento foi produtivo, renovando as informações sobre o combate à doença. “A busca ativa é importante. Na nossa área, já atendemos pacientes com Hanseníase. Um deles descobrimos porque ele perdia o chinelo e não sentia. Encaminhamos e ele realizou o tratamento”, afirmou.
Sueli considerou relevante também a informação de que agora há um teste rápido, que é realizado em familiares quando a Hanseníase é confirmada em um paciente.
Após iniciar o tratamento, o paciente deixa de transmitir a doença. Ele e seus familiares são então acompanhados na rede municipal por cinco anos, até haver alta.
Sintomas
O paciente com Hanseníase pode apresentar sintomas como manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas); alteração de sensibilidade térmica, dolorosa ou ao tato na pele, em determinada área; pode haver comprometimento de nervos periféricos (por exemplo, engrossamento), áreas com diminuição dos pelos e do suor; sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés; diminuição ou perda da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés; bem como caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
É importante que as pessoas prestem atenção no próprio corpo. Notando alterações ou algum desses sintomas, a UBS deve ser procurada para avaliação de saúde.
