Inverno: doações de sangue têm queda significativa no período

As doações de sangue tendem a cair durante o inverno. Por isso, a importância de conscientizar e lembrar a sociedade da necessidade do gesto, que pode salvar até quatro vidas.

“As doações de sangue são necessárias em todos os meses do ano, mas especialmente nos meses de junho e julho e entre dezembro a fevereiro. Há uma queda significativa nesse período, por isso é preciso reforçar a importância da doação”, explica o médico hematologista e hemoterapeuta Geraldo Santana da Cunha Junior, do Hapvida NotreDame Intermédica.

As doações podem ser feitas por homens e mulheres a partir dos 16 anos (com autorização de um responsável), desde que esteja dentro dos critérios exigidos. Entre os requisitos estão ter acima de 50 kg, gozar de boa saúde, estar sem febre ou qualquer doença infecciosa.

“Doar sangue é muito seguro. Além de equipes treinadas, são utilizados somente materiais estéreis e descartáveis na coleta. Já a diferença entre homem e mulher é somente o intervalo e número de doações por ano”, lembra o médico.

No caso dos homens, as doações podem ocorrer a cada 60 dias, com número máximo de quatro doações no ano. Já as mulheres precisam de um intervalo maior. As doações para o sexo feminino são autorizadas a cada 90 dias, limitada a três ao ano.

Segundo o hematologista do Hapvida NotreDame Intermédica, todos os tipos de sangue são importantes, mas os mais requisitados são os do tipo O, positivo e negativo.

Estoque baixo

A diminuição nas coletas nesse período afeta diretamente os Bancos de Sangue e, consequentemente, o tratamento de pacientes mais críticos.

“O desabastecimento leva ao racionamento, afetando a todos os pacientes que necessitam de transfusão, que estão em UTI, em quimioterapia e os que necessitam ser submetidos a cirurgias. Inicialmente, há o cancelamento de cirurgias efetivas, podendo chegar até ao não atendimento de pedidos de transfusão a pacientes internados”, alerta o médico Geraldo Santana da Cunha Junior.

De acordo com dados da Fundação Pró-Sangue, ligada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, os meses de junho e julho têm 30% menos doações do que nos demais meses, que costumam reunir cerca de 12 mil doadores.