Em busca da sensibilidade perdida

Observando o comportamento e atitude de pessoas mais jovens no mais ampliado contexto, no cotidiano e também nas viralizações absurdas na internet, como por exemplo, há algum tempo médicas zombaram das dores de um paciente ou recentemente uma pessoa com mais de 40 anos foi ridicularizada por estar fazendo faculdade, compreendo que, infelizmente, chego a uma certeza: o ser humano está conseguindo realizar uma proeza, está se tornando pior (enquanto ser humano) a cada geração, salvo raras exceções.

De que vale todo o avanço tecnológico do mundo, todas as facilidades, todas as possibilidades de prazer e conforto. De que vale todo esse admirável ou assustador mundo novo, se regredimos tanto na busca pelo mais humano em nós? Se estamos a cada dia mais longe da sensibilidade de tocar em outra alma humana como alma humana que somos.

Eu tenho medo dessa “distância” da empatia, ou seja, distantes de ver o outro com a compreensão e respeito que cada um de nós quer ser visto…

Houve um tempo não tão distante em que a pessoa que chegava à faculdade mais madura era vista com admiração pelos alunos mais jovens. Lembro de um tempo bem próximo da atualidade em que um profissional da medicina que zombasse da dor de um paciente era chamado de MONSTRO, não sei como chamam agora? E o mais inacreditável é que muitas pessoas com esse perfil ainda possuem milhares de seguidores e influenciam muita gente a ser ainda pior…

E não pensem que estou “passando pano” para as gerações anteriores! Não, e de forma alguma! Porque muito do que vemos hoje é o reflexo da “construção” da educação e orientação dos pais no passado, que geralmente se preocuparam mais em “mimar” ou fazer da vida um “mar de facilidades” para os filhos, que assim foram desaprendendo pouco a pouco a ter respeito por aqueles que enfrentam dificuldades.

Mas, apesar dos pesares, não se pode negar que houve um tempo em que havia mais empatia. Havia mais respeito pelo outro, sempre tomando como base o comportamento da maior parte daquela e das gerações que vieram.

Precisamos reencontrar o respeito ao próximo e a sensibilidade que perdemos um dia, caso contrário de nada adiantará todo avanço de um “mundo admiravelmente novo”. Tenho muito receio do futuro que hoje se faz porque estamos ficando longe do humano e cada vez mais próximos da frieza das máquinas.