A Copa das polêmicas

A festa do futebol começou com restrições à cerveja no Catar, e Copa sem cerveja é igual a café sem açúcar ou dança sem par. Mas, deixando a cerveja de lado, muitas outras polêmicas virão quanto a tudo que envolve aquele país.

O fato é que a Copa começou e no “tempo da insensibilidade” em que vivemos pouco importa se para construir a opulência das obras da Copa FIFA 2022 milhares de trabalhadores tenham morrido (mais de 6.500 segundo o jornal britânico The Guardian), seres humanos que trabalhavam em situação comparada a escravidão. Pouco importa se os direitos humanos e a liberdade não são respeitadas. Pouco importa a condição da mulher, os preconceitos e a discriminação contra os LGBTQIA+ e todas as minorias ou pensamentos diferentes. Pouco importa os horrores e absurdos da Ditadura que governa o país. E daí se o Catar anda na “contramão” da liberdade que sonhamos para o mundo contemporâneo? A “força da grana” que ergue e destrói tantas coisas belas é mais forte e mais uma vez venceu.

Mas, apesar de todos os “pesares”, agora cabe a todo visitante respeitar a sua cultura, religião e costumes mesmo que “o choque das diferenças e as restrições” possa fazer perder muito da graça de uma Copa Mundial de Futebol. Afinal, se alguém é responsável por uma Copa, que por dezenas de fatores não deveria ser no Catar, não é o Catar e, sim a FIFA (Federação Internacional de Futebol), que tenta resgatar a credibilidade perdida no episódio dessa escolha, que segundo relatórios do governo norte-americano, foi “moldada” na corrupção.

Mas, vamos falar do mais belo que virá, ou seja, da arte de jogar futebol e também da imprevisibilidade do jogo da bola. Quantas emoções a Copa do Mundo de 2022 dentro do campo nos reserva? O Hexa virá? Quantas jogadas improvisadas, ou ensaiadas pelas estrelas do futebol e seus dons magistrais veremos? Aguenta coração mais uma Copa e somente a bola de cristal pode dizer o que vai acontecer até Galvão Bueno gritar que ACABOU!!! 

Dentro de campo é obvio que será fascinante ver os ícones dessa magia que é jogar futebol: Messi, Mbappé, Cristiano Ronaldo, Neymar, mas por outro lado não me lembro de uma Copa em que haja uma ausência tão numerosa de outros craques como Sadio Mané, Halland, Benzema, Sallah, Kanté, Pogba.

Só no resta aguardar o show dos grandes atores do mundo da bola, o Brasil ao meu ver está entre os candidatos mais fortes ao título. A França seria favorita (mas ao perder Benzema, Kanté e Pogba) já não é mais e penso que Brasil, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Holanda e a própria França são os mais fortes candidatos, mas não podemos esquecer que a Bélgica, a Dinamarca e, talvez, a Sérvia, nossa primeira adversária, que pode, sim, surpreender. Mas, quem vai ganhar? Talvez alguém que saiba ler as estrelas ou que tenha uma bola de cristal poderosa possa revelar.

Claro que ainda somos o País do Futebol. É evidente que a Pátria de alguma forma vai “calçar chuteiras” nos momentos que o Brasil entrar em campo na maior competição mundial de futebol. Melhor que seja assim no momento em que vivemos e que possamos reencontrar a paz, a alegria mesmo que seja ainda na ilusão do futebol. O Brasil precisa se libertar das amarras do ódio e da ignorância, que quase destruíram a civilidade nessas terras tupiniquins. 

Quem sabe o “eco” da harmonia faça os insensatos, que insistem em pedir um “golpe de estado”, algo sem sentido e sem juízo, a curar-se do fanatismo e entender com a festa da torcida brasileira, que nosso hino, nossa bandeira e todos os símbolos nacionais sempre foram de todos os brasileiros e nunca foram de partido, ideologia ou político nenhum…