Encerrou-se na sexta-feira (16), durante cerimônia realizada na Casa de Encontros e Retiros Dom Antonio Mucciolo, na Cidade de Maria, em Barretos, a fase diocesana da causa de beatificação do Servo de Deus Padre André Bortolameotti, sacerdote professo da Congregação de Jesus Sacerdote, falecido aos 28 de outubro de 2010.
Foram seis anos de trabalho desde a autorização do Vaticano para se fazer o levantamento de toda a vida do candidato à beatificação para que se ateste a sua santidade.
Compuseram a mesa do tribunal Dom Milton Kenan Júnior – bispo diocesano de Barretos e presidente do tribunal, padre José Antônio de Sousa – delegado para o Brasil e superior geral da Congregação de Jesus Sacerdote, Lucila Castro – postuladora da fase diocesana, padre Costante Gualdi – vice postulador diocesano, padre Raphael Lourenço – delegado episcopal, padre Francisco Silva – promotor de justiça, padre Fernando Rabelo – notário/atuário e o seminarista Matheus Silva – notário adjunto. Participaram da sessão também os membros da comissão histórica, da Associação Padre André, padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas.
O inquérito, disposto em três caixas que foram lacradas, sendo uma com os originais que ficarão na Cúria Diocesana de Barretos, e as outras duas entregues no Dicastério para a Causa dos Santos no Vaticano, possui cerca de 4.400 páginas de documentação que reúne homilias, cartas, artigos e bilhetes escritos pelo religioso, depoimentos e testemunhos de pessoas que conviveram com o sacerdote, além de material audiovisual.
Dentre os agradecimentos de Dom Milton, destaca-se a gratidão ao trabalho de Lucila e do padre Costante que deram tanto de si para que o processo pudesse avançar e as exigências cumpridas. “Foi graças ao empenho de vocês que chegamos ao momento em que estamos na causa de beatificação do padre André”, disse o prelado.
“Mesmo que a Igreja não tenha se pronunciado em definitivo, até porque nós precisamos que o Dicastério analise todos os documentos, eu acredito, realmente, que o padre André foi sim um santo por tudo aquilo que ele viveu, e por cada exemplo de vida que ele deu. (…) Então é isso que fica para mim: viver o que Jesus nos pede é possível sim! Não é fácil! Até o padre André teve momentos de dificuldade na sua vida. Mas ele viveu, ele conseguiu! Então está aí aberto esse caminho de santidade! Nós todos somos chamados a viver a santidade!”, expressou a postuladora Lucila.
“O Papa Francisco tem falado que o que distingue a espiritualidade do padre é a proximidade: proximidade com Deus, proximidade com o bispo, proximidade com o povo e proximidade com o clero. E aí nós temos um exemplo singular dessa proximidade na vida do padre André: um homem que não viveu a santidade nas nuvens, um homem que não viveu a sua santidade num mundo à parte, não se fechou num gueto, mas viveu a sua santidade procurando estar próximo de Deus, do bispo, do presbitério e do povo. Um exemplo para nós!”, destacou o bispo diocesano.
Encerrada a fase diocesana, que teve início em 2016, terá início agora no Dicastério para a Causa dos Santos a fase pontifícia sem prazo definido para se encerrar.
Em entrevista à imprensa presente, Dom Milton disse que um milagre atribuído à intercessão de padre André ajudaria na celeridade do processo para a beatificação. O prelado pediu que os católicos não deixem de pedir a intercessão do Servo de Deus para alcançarem graças e milagres.