Fim de ano chegando e, para muitos, isso significa a entrada de um dinheiro extra, com o pagamento do décimo terceiro salário. A expectativa, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), é de que R$ 232,6 bilhões sejam injetados na economia brasileira até o fim de 2021 com o pagamento do benefício.
Esse dinheiro é esperado por muitos trabalhadores e é usado para diversos fins, porém, de acordo com o Alexandre Martins, docente da área de gestão e negócios do Senac Barretos, é necessário poupar e deixar uma reserva para pagamento de algumas despesas no início do ano.
“Muitas pessoas esperam este dinheiro para realizar as compras de final de ano ou, até mesmo, programar viagens de férias, porém, é uma ótima estratégia utilizar este dinheiro para garantir a quitação de todas as despesas que comumente temos no início de todo ano, como impostos (IPTU, IPVA), matrículas e materiais escolares de filhos”, diz o docente.
Por isso o planejamento financeiro, que deve ser constante, é tão importante também neste momento. A primeira questão que deve ser analisada é como está sua situação financeira. Para quem não tem dívida, o docente aconselha usar o dinheiro estrategicamente.
“Planejar suas finanças é extremamente necessário, agora mais do que nunca. Quem poderia imaginar que viveríamos uma pandemia mundial com altos impactos na economia? Desta forma, é muito mais indicado priorizar o pagamento de despesas que podem acarretar juros e problemas, como negativação do seu nome, e, naturalmente, impediriam crédito necessário para eventuais urgências. Além disso, ao quitar as contas de início do ano com antecedência, podemos ter descontos consideráveis e planejar outros gastos”, diz Martins.
E por falar nas contas de início de ano, o docente separou algumas dicas para começar 2022 mais tranquilo:
1. Priorize o pagamento de contas em atraso, se existirem.
Dívidas acumuladas dificultam a organização ou reorganização de nossas finanças, portanto, devem ser prioridade. Negocie com cautela, buscando reduzir juros e assumindo somente compromissos que caibam dentro do seu orçamento;
2. Evite parcelar as tradicionais contas de início de ano.
Deve-se pelo menos tentar quitar as despesas de janeiro, como impostos, matrículas e materiais escolares, à vista. Além dos já citados possíveis descontos, você deixa de impactar o restante de seu planejamento do ano e não compromete sua renda ou orçamento que já possui as habituais contas mensais com novos gastos;
3. Evite compras desnecessárias no final de ano.
Os descontos podem parecer atrativos e, em muitos casos, realmente são. Mas se questione se há uma necessidade real daquele produto ou serviço que parece um ótimo negócio e se ele não pode esperar ou se você pode viver tranquilamente sem ele. Na hora da compra, é importante ativar a racionalidade para não gastar dinheiro que poderia ser melhor utilizado;
4. Se for possível, reserve um valor para urgências e/ou investimentos.
Sabemos que organização financeira deve ser constante, mas que, na prática, muitas vezes nos perdemos em alguns momentos. Após priorizar despesas/contas, tente poupar um valor, ainda que pequeno, para possíveis urgências ou até mesmo investimentos. A caderneta de poupança não tem sido muito atrativa, porém, existem ótimas opções de fundos e ações;
5. “Planejamento” é a resposta para quase todas as perguntas.
Quem planeja dificilmente lida com imprevistos (ou quando lida, consegue se sair bem). É muito importante pensar estrategicamente à respeito de nossas finanças, de uma maneira geral. Controle seus gastos, faça planilhas e recue quando necessário. Educação financeira é primordial para sobrevivermos às instabilidades que o mercado vem mostrando.